É chato acontecer numa altura em que ele elogia o fatito novo do Homem a Dias, mas uma vez na vida eu haveria de discordar do
Ricardo Gross. O
Foreign Sound do Caetano é, reconheço, bonitinho. Aliás, é a coisa mais bonitinha, indigente e inócua produzida por um sujeito de talento nos últimos anos.
Arriscando a que me partam um violoncelo na cabeça, aproveito ainda para culpar o sr. Jacques Morelbaum. A colaboração deste senhor com Caetano Veloso, que já vai longa, produziu, por junto, um grande disco (
Livro), e bocados de outros dois (
O Quatrilho e
Noites do Norte). No mais, tornou-se fórmula, cansativa e aconselhável a átrio de hotel.
Tenho, é claro, saudades do Caetano da Tropicália, o melhor de todos. Mas por este andar começo a lembrar com nostalgia as fases (só) aparentemente desorientadas de
Cores, Nomes ou
Velô: é preferível o falhanço heróico ao aborrecimento de ciência certa.