sexta-feira, novembro 12, 2004

Muqata, banana e cola

Durante os últimos anos, achava eu, Arafat estivera sitiado no seu quartel-general. De súbito, irrompeu a muqata. O corpo de Arafat regressa à muqata. A muqata está a ser preparada para o funeral. Ultima-se um mausoléu junto à muqata. As pessoas concentram-se em volta da muqata. As pessoas dão uns tiritos perto da muqata. Há uma multidão de repórteres na muqata. A muqata agita-se. A muqata é um símbolo. Onde há vida, há muqata.
O mais divertido é que não se encontra jornalista, com ou sem aspas, que não tenha adoptado o termo, como se a respectiva exibição e repetição à náusea evidenciasse uma especialização repentina em arabismo. De certo modo, a muqata é o doutoramento do pelintra, como a já celebre rua árabe era o mestrado. Mas, e a julgar pela admiração que dedicam a um assassino, a licenciatura perdeu-se no caminho.