E assim acontece
Passei a tarde de domingo a ler Bilhete de Identidade, as memórias de Maria Filomena Mónica. Terminei menos entusiasmado do que esperara, menos desiludido do que, a partir de certa altura, temera. Fica essa curiosa sensação, tão bem definida pelo Francisco: a de que nos encontramos perante uma autobiografia não autorizada. Do ponto de vista da edição nacional, é um caso raríssimo. Do ponto de vista do leitor, é um caso de voyeurismo, do tipo que condenamos sabendo-nos incapazes de lhe resistir.