Trade mark
Foram anunciados os candidatos aos ÓscaresTM. A objectividade impede-me de comentar as fitas antes de as ver. A objectividade, como dizia um senhor muito citado na blogosfera, é burra. Não vou sair de casa cinco vezes, comprar cinco bilhetes e suportar dez ou quinze horas na célebre, e horrorosa, sala escura a fim de adquirir o que se considera uma opinião abalizada. Para quê? Atente-se nos nomeados a “melhor filme”. O favorito é um western homossexual, sem Montgomery Clift e dirigido por aquele senhor que fez o "Hulk". "Capote", pese a interpretação principal (que me asseguram ser boa), pertence ao género biopic, responsável por 21,8% do lixo cinematográfico contemporâneo. "Crash", ao que li, é um cruzamento de Spike Lee com "Magnolia", pelo que dispensa comentários. "Munich" já foi feito há uns anos: intitula-se “One Day in September”, ganhou o ÓscarTM para melhor documentário e não precisou de contratar actores, muito menos o actor que fez do próprio Hulk. Por fim, há um produto assinado por George Clooney, mas pretendo preservar a minha digestão (estou engripado e jantei há pouco). Está tudo visto, portanto.
A última ocasião em que penetrei um cinema foi por causa de “Million Dollar Baby”. Não sinto que, entretanto, tenha perdido alguma coisa. Basta um leitor de DVD: o melhor entretenimento filmado dos nossos dias é feito para televisão, de Larry David a Ricky Gervais. Pensando bem, há muito tempo que é assim: hoje, saiu nos EUA a primeira série de "Hill Street Blues", relíquia com 25 anos. Nestes 25 anos, quantos filmes se lhe comparam? Pois é.
A última ocasião em que penetrei um cinema foi por causa de “Million Dollar Baby”. Não sinto que, entretanto, tenha perdido alguma coisa. Basta um leitor de DVD: o melhor entretenimento filmado dos nossos dias é feito para televisão, de Larry David a Ricky Gervais. Pensando bem, há muito tempo que é assim: hoje, saiu nos EUA a primeira série de "Hill Street Blues", relíquia com 25 anos. Nestes 25 anos, quantos filmes se lhe comparam? Pois é.
Nota adicional: Este post pode sugerir que eu desprezo o cinema europeu, por exemplo, quiçá o brasileiro, eventualmente o iraniano. Nada mais falso. Não se trata de desprezo: fora dos EUA, nem sequer acredito que o cinema existe. Apesar de tudo. E o tudo começa a ser demasiado.